Não é nenhum segredo que o julgamento está profundamente enraizado em nós como seres humanos. Pense nisso: nós julgamos a nós mesmos – nossos pensamentos, aparências e sentimentos (e então nos julgamos por ter esses sentimentos).
Julgamos os outros – suas decisões, experiências e origens. Estamos constantemente analisando e criticando cada ação para dar sentido ao mundo.
Esse julgamento talvez esteja no cerne de nossa sociedade sistemicamente racista. De acordo com o xamã de sexta geração e autor de Spirit Hacking Shaman Durek (que também é a estrela do primeiro documentário original do mbg, HEALERS), normalmente atribuímos valores morais ao julgamento dos outros, perpetuando binários severos que se tornaram tão arraigados em nossa cultura.
“O julgamento deixa você cego”, diz ele. “Você nunca vai me ver, me conhecer, porque tudo o que você vê é o que seu cérebro está dizendo para você ver com base no mundo.”
O julgamento é generalizado em nossa sociedade, mas isso não quer dizer que não possamos fazer nada a respeito.
De acordo com Durek, o verdadeiro motivo pelo qual julgamos os outros é mais simples do que pensamos e requer um pouco mais de trabalho e intenção para nos libertarmos do círculo vicioso.
Por que julgamos os outros.
De acordo com Durek, o julgamento é simplesmente uma reação ao medo. “O julgamento é o seu mecanismo de proteção”, diz ele.
“Então você não precisa se envolver com o desconhecido.” Quando não temos informações suficientes sobre alguém, nosso instinto inerente é temê-lo, em vez de nos esforçar para aprender sobre ele e seu passado.
Não é porque temos más intenções, per se. Em vez disso, ele diz que essa aversão ao desconhecido tem sido generalizada em nossa cultura por – bem – para sempre: “Agimos dessa maneira porque não nos ensinaram inteligência emocional em nossa educação, nossas escolas e nossas instituições”, explica Durek, “para que não nos envolvamos como cultura com coisas de que temos medo ou aprendemos com pessoas que não entendemos.”
O que podemos fazer?
Vai ser necessária uma ação consciente para ir contra os instintos de julgamento profundamente enraizados. O primeiro passo: eduque-se.
Aprenda quais recursos você tem disponíveis, diz Durek, e não tenha medo de fazer perguntas. (Afinal, esse medo é o que nos impele ao julgamento em primeiro lugar).
“Temos que engajar a conversa por meio da educação e perguntando às pessoas sobre sua cultura”, ele continua.
Depois de nos comprometermos com a educação, Durek diz que o próximo passo é “abandonar a ideia de envergonhar, culpar e nomear”.
Em outras palavras, removendo qualquer vergonha associada a uma jornada de aprendizagem genuína.
O sistema, de acordo com Durek, é projetado para nos manter divididos, opostos uns aos outros, a fim de manter os grupos marginalizados na opressão.
É por isso que é tão importante nos unirmos. É como podemos nos elevar acima do próprio sistema.
“Vamos transformar nossa raiva em combustível para nos impulsionarmos a criar mudanças reais, para podermos prosperar e acabar com isso”, diz Durek.
O resultado final? Para nos libertarmos verdadeiramente do julgamento, precisamos abordar o desconhecido com curiosidade genuína, não com medo.
Devemos nos sentir confortáveis perguntando às pessoas sobre sua cultura e não devemos perpetuar a vergonha e a culpa.
Nosso sistema inerentemente racista prospera com base nos binários bons e ruins. Mas, como observa Durek, “Somos inteligentes o suficiente para apegar-nos ao amor, não importa o que vejamos ou ouçamos”.
Via: mindbodygreen