Assim nós nos construímos, as coisas não surgem do nada

Quem sou? Por que gosto desta música? Por que gosto deste tipo de filme ou deste livro? Por que me visto assim?

Você já deve ter feito estas perguntas para si, acredito que todos nós já as fizemos.

Recentemente, li o livro da autora brasileira Liliane Prata, intitulado “O mundo que habita em nós”, lançado em 2019, na qual ela aborda questões existencialistas, citando autores que trabalham com esta temática e/ou já escreveram sobre, dentre eles, Clarice Lispector e Fernando Pessoa.

Tem se falado tanto na busca pelo autoconhecimento, porém, não é um tema atual, visto que muitos filósofos antigos já tratavam deste assunto, o que vem acontecendo, é que mais pessoas estão pensando nestas questões e procurando se conhecer, inclusive, isso explica também o aumento da busca por terapia, na qual, antes não era tão popular e bem-visto (que bom que os tempos mudaram, não é mesmo?).

As coisas não surgem do nada

Você se lembra das perguntas que fiz no começo deste artigo? De onde será que vem os nossos gostos, nossa personalidade?

Pensa comigo, se você vivesse em uma caixa, isolado de todas as pessoas, como você seria?

A questão ligada às interações estão presentes na cultura, filosofia, ciência, tecnologia, sociologia, psicologia, etc, porque a final, estamos no mundo, somos parte dele e somos sociáveis, pois é através da convivência em sociedade que nos formamos. Como assim?

Todorov certa vez falou “Podem-se descobrir os outros em si mesmo, e perceber que não se é uma substância homogênea, e radicalmente diferente de tudo que não é si mesmo; eu sou um outro. Mas cada um dos outros é um eu também, sujeito como eu”.

A construção do nosso eu se dá através das nossas relações, a relação entre pensamento e palavra e subjetividade.

Sartre fala que é no encontro com os outros que o eu se constrói, ou seja, é onde se forma a identidade.

Nossa construção é através das nossas experiências, pessoas que admiramos e inicialmente, através dos olhos dos nossos pais.

Sartre fala também sobre o olhar, que é o eixo central da existência do eu e sobre o mundo.

Mas, e a autenticidade?

Estava pensando sobre estas questões… se somos formados a partir das nossas interações, então somos vários pedacinhos de várias pessoas, livros, musicas, viagens, relacionamentos? Sim, porém, temos a oportunidade de escolher e de raciocinar sobre nossas escolhas. Aqui é o ponto importante em que quero chegar.

A importância de trazer para o consciente

Autoconhecimento é trazer para o consciente suas escolhas, e a partir disso, usar o senso crítico, e não apenas absorver tudo que você encontra pela frente. Não faz sentido?

É conseguir separar o joio do trigo!

Charles Taylor fala sobre a questão da autenticidade, quando diz que somos dotados de sentido moral e do sentimento do que é certo e errado.

Com isso, surge esta ideia da originalidade, através do subjetivismo. O autor fala que cada voz tem algo peculiar a dizer.

Por isso é importante se autoconhecer, pois, te ajuda tanto no ambiente profissional, como pessoal.

O quanto você sabe sobre si mesmo?

5 Exercícios para se autoconhecer

1. Dê nome aos seus sentimentos.

Expanda o vocabulário, não utilize apenas triste, com raiva, feliz. Procure entender melhor o que você está sentindo e o porquê.

2. Se responsabilize pelos seus erros.

Quando você joga a culpa para as outras pessoas, terceiriza e acaba não reconhecendo onde você falhou, para justamente mudar.

3. Aprenda a dizer não pra si e para os outros.

O não para si, é o autocontrole, principalmente as distrações diárias como redes sociais, procrastinações, pensamentos e até comidas que te fazem mal.

4. Pratique meditação.

Uma prática que ajuda muito no autoconhecimento, caso seja iniciante, comece com 10 minutos por dia, já é suficiente. Sente-se e deixe a postura ereta e preste atenção à sua respiração.

5. Questione-se.

Veja se está sendo muito duro com você mesmo, aceite os seus processos.

E um Plus: procure trazer para a consciência o porquê de suas escolhas, se questionando sempre, não apenas aceitando as verdades que lhe são impostas.

Somos uma grande mistura das nossas experiências de se estar no mundo, gosto quando Liliane Prata fala que a liberdade de ser é sempre acompanhada, porque é exatamente isso!

Não acredito na ideia do individualismo exagerado como formação do eu e de originalidade, acredito nos critérios de cada um, a partir da sua capacidade de trazer à tona questionamentos, ou seja, se questionar a todo instante e entender estes desejos.

Comece a praticar o autoconhecimento, faça estes exercícios, você vai ver como vai ser diferente a maneira como você se entende e lida com o mundo.

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