Entenda o motivo pelo qual você sente medo e como é importante encerrar ciclos para que novas oportunidades possam fluir na sua vida
Você já parou para pensar o quanto você muda todos os dias? Você também parou para observar o quanto sua vida e a nossa, muda todos os dias?
Claro, embora estejamos vivendo em um momento global de imediatismos, com muitas demandas, prazos, novidades, conteúdos, correria, correria e correria, essas mudanças não têm só a ver com isso, elas vão existir apesar disso.
O que quero dizer, é que as mudanças são algo que vão além do mercado de trabalho, por exemplo, ou tendências, é algo que existe desde que nos conhecemos por seres humanos, porém, não tem a ver apenas com os seres humanos.
Nós poderíamos ter a ideia de que isso é contemporâneo, por causa da globalização e do mercado de trabalho, mas não é!
Como assim?
Vamos pensar na natureza, aliás, como gosto de citar a natureza como exemplo. Quando falo que os ciclos vão existir além das mudanças humanas, quero expressar justamente estes ciclos da natureza, como:
- As estações do ano;
- Os solstícios e equinócios;
- O ciclo de vida das plantas (semente, folha, fruto, apodrecimento);
- O dia e a noite;
- Ciclos de oxigênio;
- Cadeia alimentar;
- Ciclo da água;
- Ciclo do carbono;
- Etc.
Então, para você que tem medo de mudança, eu te faço este questionamento: por que ter medo, se tudo na nossa vida é impermanente? A mudança é a única constante.
Entendo a resistência à mudança, mas, se ela vai acontecer, não é mais dolorido resistir?
Finalizar para recomeçar — Por que é importante finalizar?
Acho tão bonita a palavra recomeçar, na verdade, gosto muito do prefixo “-re”, de origem latina, que significa reiniciar, reforçar, repetir, e como é bonita esta palavra RECOMEÇAR, não é?
O fechamento de ciclos envolve perdas, mas perdas não significam fechamento de ciclos, por isso é importante a finalização, pois se este ciclo fica em aberto, você acaba barrando o seu futuro, interrompendo a fluidez, é como se você colocasse uma pedra gigante em um rio, impedindo sua fluidez, assim como a água, nós somos movimento. Pense na força da água, para remover a pedra, a resistência é dolorida.
O medo da mudança pode estar ligado a vários fatores
Falta de imaginação: por exemplo, ao limitarmos a percepção do quão bom e motivador pode ser esse novo.
Faça um exercício: pense em todas às vezes que você limitou o seu pensamento, criando situações limitadas para medos que você tinha e quando este novo veio, o quão diferente foi do que você estava pensando.
Idealização do passado: dependendo de como se olha o passado, passamos a considerar que as vivências foram mais fáceis do que as atuais, principalmente se estamos em um momento ruim e olhamos para as coisas boas do passado, sobretudo, porque a memória não é confiável, pois ela muda também. Você sabia que memórias também são modificadas?
Tendência ao negativo: sabe quando você olha para um copo e pensa se ele está meio vazio ou meio cheio? Ele está meio, você decide qual meio ele está! O ser humano tem uma tendência a pensar mais no que pode dar errado, sem enfatizar o que pode dar certo.
Medo do desconhecido: nó temos uma tendência a nos apegar ao conhecido, por mais ruim que possa ser, pois, é mais “fácil” encarar e suportar o que vemos e conhecemos.
No artigo “O medo contemporâneo: abordando suas diferentes dimensões”, publicado em 2003, a psicóloga Luciana Oliveira dos Santos, afirma, após sua pesquisa, que o medo é uma emoção e que toda emoção envolve uma crença, e que as formas de lidar com o medo implicam o embate com as crenças que sustentam e dão substância às experiências de medo que nos assaltam.
Embora o medo seja uma emoção básica, lembre-se de que é uma reação, uma emoção-choque, para quando pressentimos um perigo, uma ameaça, porém, novamente te convido a uma reflexão, o que é realmente um perigo e o que é uma tendência ao negativo? Pense nisso.
Como encarar a mudança de forma mais leve?
Apesar de todas estas explicações sobre o medo de forma geral e o da mudança, tem alguns exercícios que você pode fazer para começar a trabalhar com esta questão e passar a lidar de forma mais leve e positiva.
Deixe ir: por mais que fisicamente o ciclo tenha se encerrado, pois é o que falei a cima, a mudança é constante, muitas vezes a resistência é mental, fica na memória. O encerramento deve ser feito de forma consciente, traga para a consciência o que você está mantendo aí dentro de você.
Mude o padrão de pensamento: pense nas vantagens da mudança, nos pontos positivos.
Aceite: o que você não pode mudar e procure focar no que você pode mudar, pois, muito dessa sensação do medo da mudança é a sensação de perder o controle.
Faça as pazes: esse momento de fechar o ciclo é de fazer as pazes com seu passado, encare como aprendizado (porque, na verdade, sempre é), para seguir em frente.
Partindo da ideia da Psicóloga Luciana O dos Santos citado acima, pense um pouco nas suas crenças, especialmente as que te limitam e sobre o que falei anteriormente, sobre falta de imaginação, e amplie sua visão, saia da caverna (referência ao Banquete de Platão) e expanda sua consciência!
Não falo para criar expectativas, porque criar expectativas pode ser frustrante, porém, pensar de forma negativa sobre uma mudança, também é criar expectativas, apenas deixe fluir, seja como a água!
Recomendação de leitura: O poder do hábito — Charles Duhigg e O leão da neve — Jim Helmore (infantil).
Como você lida com a mudança? Se estiver à vontade com isso, partilhe conosco a sua experiência e enriqueça ainda mais este conteúdo.
Obrigada e até a próxima!