Vanessa, a mãe de Ben descobriu que o filho é autista, e conta a sua batalha diária para que o filho tenha uma vida normal e ativa. Conta que arriscou levar o filho ao cinema, e foi ai que teve uma experiência surpreendente com Ben graças à Gabriel, atendente da rede Cinemark.
Ter um filho é sempre uma tarefa árdua (e muito gratificante). Desde a gravidez até o nascimento e seu desenvolvimento, estamos sempre procurando o melhor para ele. E com Vanessa Freire não foi diferente. Seu querido filho Benjamin, de dois anos, foi diagnosticado com autismo quando tinha um ano e oito meses e aquilo realmente foi uma notícia devastadora para Vanessa e o marido. Mas isso não significou uma desistência. Pelo contrário, juntos eles foram atrás de terapias e de muita leitura para entender melhor sobre esse ‘mundo’. “Cada autista é diferente um do outro! Assim como nós! Cada um tem sua característica! Então os livros ajudam sim, mas não quer dizer que eles são carimbos idênticos! Então nosso aprendizado é no dia a dia!”, conta ela.

Desde então, Vanessa revela que Ben melhorou muito passando por fono, hidroterapia, terapia ocupacional e psicólogos. “Ele passou a falar (pouco ainda…. mas temos fé que cada dia mais), suportar mais sons, luzes…”, conta. Mas, de qualquer forma, o menino já tem interesses bem definidos, como animais marinhos, por exemplo. Não é à toa que era um cartaz do Aquaman no qual o garotinho estava interessado quando seus pais o levaram ao Cinemark de Juagardem, Shopping em Juazeiro, Bahia. A família, que é de Petrolina, preferiu ir lá por ser mais tranquilo e menos cheio. Segundo os pais, desde que o cartaz foi colocado, Ben logo se aproxima para ver bem de pertinho. Aparentemente, ele fala os nomes dos animais em português e em inglês, o que surpreendentemente chamou atenção de alguns funcionários.
O que ninguém esperava, porém, era que em algum momento, um deles, tentaria se aproximar do garoto. O rapaz Gabriel, como conta Vanessa, já tentou falar com ele, perguntando o nome dos animais. Ben respondia, do jeito dele, de longe, sem dar muita atenção. Contudo, em algum momento algo mudou. Gabriel tentou brincar com ele, mas Ben claramente não queria interação. Apesar das insistências do funcionário, nada parecia funcionar.

Mas foi aí que ele teve uma ideia que surpreendeu a todos: percebendo a forte ligação do menino com a irmã, Marinna e vendo o interesse dele em ver os dragões de um cartaz, Gabriel foi atrás da garota, pegou na mão dela e disse: ‘Vamos, Marinna, olhar os dragões’. “Benjamim vendo aquilo, percebeu que podia confiar nele, já que a sua irmã foi junto! Então benjamim foi ao encontro deles! Eles fingiram que Benjamim não estava ali… continuaram conversando! Como os dragões estavam altos, Benjamim pediu a Gabriel que pegasse no braço! Naquele momento, eu só pensei em pegar o celular e fazer a foto pra mostrar pro meu marido! Foi emocionante ver que Benjamim foi com um desconhecido, e confiou… e suportou o toque de um estranho! Me emocionei ao ver que um estranho tentou, tentou e tentou até conseguir! Depois que saiu do braço do funcionário eu pedi que ele desse tchau e ele deu… e entramos no cinema! Nesse dia pela primeira vez ele conseguiu assistir ao filme do começo até quase o finalzinho! Grande evolução!”, conta Vanessa.
Para a mãe, o que fez com que Ben cedesse foi a persistência do funcionário, sem exageros, sem forçar a barra, deixando as coisas rolarem no tempo dele. Sem falar, é claro, da inteligência dele em ir atrás da irmã para conquistar a confiança do menino. “Depois do post [ela publicou um post sobre o atendimento do Cinemark nas redes sociais], uma mãe me veio no direct e falou que seu filho de 9 anos amava filme, mas por ser autista ela nunca tinha levado ao cinema e que depois daquilo iria tentar! Uma semana depois veio me contar que levou… No começo a criança teve medo, mas depois ficou até o fim! Aquilo me emocionou! Me mostrou que estamos no caminho certo em mostrar as evoluções de Ben e que isso encoraja outros pais de autistas a encararem o mundo duro, que julga as birras, os gritos e as crises e simplesmente fingir demência perante aqueles olhares e fazer nossos filhos felizes!”, revela Vanessa. Para ela, o mundo precisa de mais Gabriel.
Segundo a mãe, é perceptível a falta de paciência e de pessoas ignorantes com uma falta de conhecimento acerca do assunto, apesar do crescente número de diagnósticos de autismo. “Temos que mostrar as pessoas como eles agem e como precisam agir para que eles se sintam confortáveis! E é com isso que tento mostrar… por isso criei a #benautista para mostrar às pessoas o meu dia a dia e evoluções com Benjamim! Afinal esse mundo também é novo pra a gente! Eles precisam de um mundo que seja PACIENTE, educado, E DE PESSOAS MENOS JUIZES SABE!? Que julguem menos o comportamento! Que se coloque no lugar do outro! Nossa frase é… cada conquista… mínima que seja… vai ser sempre comemorada como um primeiro passo na lua!”, conta.

Parece que um atendimento diferenciado como o do funcionário Gabriel realmente fez a diferença no dia não só dos pais, mas principalmente no de Ben, mesmo que ele não reconheça. Que tal se todos nos empenharmos para um mundo melhor igual esse funcionário fez? #boraencantar.
via; razoesparaacreditar