Dolapo Badmos, superintendente chefe e porta-voz do Comando da Polícia do Estado de Lagos, na Nigéria, utilizou sua conta no Instagram para advertir que gays deixassem a Nigéria sob o risco de sofrerem processos criminais.
O perfil, que é privado, conta com 125 mil seguidores, após a policial ter alcançado status de “celebridade” na internet no país devido a seus frequentes e polêmicos posts nas redes sociais, segundo informações da CNN.
“Se você é homossexual, a Nigéria não é um lugar para você”, escreveu Badmos “Existe uma lei (Lei de Proibição de Casamento entre o Mesmo Sexo) que criminaliza clubes, associações e organizações homossexuais com penas de até 14 anos na cadeia”.
Ela prossegue, enfática: “Então, se você é homossexual, saia do país ou enfrentará um processo”.
A lei em questão foi assinada pelo ex-presidente nigeriano Goodluck Jonathan em meio a uma ampla objeção internacional. Esta diz que os considerados culpados de estar em um relacionamento com pessoas do mesmo sexo podem enfrentar até 14 anos de prisão.
Grupos como a Anistia Internacional e Human Rights Watch, à época, condenaram a decisão do então presidente. Os comentários de Badmos são uma lembrança dos desafios enfrentados pelos membros da comunidade LGBT em um país onde a lei anti-gay goza de amplo apoio entre seus cidadãos.
De acordo com uma pesquisa feita com 2.000 pessoas, conduzida pela Iniciativa para a Igualdade de Direitos – uma organização de direitos humanos sediada na Nigéria – cerca de 90% dos nigerianos apoiam a aplicação contínua da lei e querem homossexuais na cadeia.
A publicação da policial foi recebida na internet com uma avalanche de comentários, favoráveis em sua massacrante maioria, em favor dos processos criminais e da pena de 14 anos. “É ilegal e imoral”, escreveu um usuário. “Devemos dizer não ao lesbianismo e a homossexualidade, é um mal”, escreveu outro.
Em entrevista à CNN, Olumide Makanjuola, diretor executivo da ONG Iniciativa para a Igualdade de Direitos, disse que a postagem é equivalente a incitar a violência contra pessoas LGBT na Nigéria, chamando os comentários de “inaceitáveis”. “A polícia deve ser cautelosa com sua declaração e se ela incita a violência. O que ela disse está fora de linha”, disse Makanjuola.
via; jornalciencia