Vivemos em um mundo regido por leis, sejam elas leis da física, leis naturais, leis espirituais, leis civis ou leis de trânsito, elas sempre estão presentes em nosso dia a dia.
Certo homem sempre repetia “você não pode quebrar uma lei da física, ela te quebra primeiro”. Ao ser questionado sobre tal afirmação, ele explicou: “Se você tentar quebrar a lei da gravidade saltando de um prédio pensando que vai voar, a lei da gravidade é que vai te quebrar”.
Nesse caso faz sentido pensarmos na Lei do Retorno como mais uma dessas leis inquebráveis da vida.
O que você sabe sobre a Lei do Retorno? Sua história através dos tempos e a formas que em ela se apresenta ao redor do mundo?
A Lei do retorno já foi abordada em desenhos infantis, filmes, novelas e séries, e mesmo que não tivesse visto nenhuma dessas coisas, toda pessoa já ouviu a expressão “aqui se faz, aqui se paga” ,“Não faça aos outros o que não gostariam que fizessem a você” ou então “o que você semeia, você colhe”.
Além disso, não é apenas uma questão mística ou religiosa, a Lei do Retorno está presente nas relações humanas e biológicas, ela também é científica, comprovada pela física tradicional e pela física quântica e além de tudo é uma lei natural: Só colhemos o que plantamos.
Tal exemplo está no pé de feijão que quase todos plantamos na época da escola. Ele cresce, e depois colhemos os frutos multiplicados, mas os frutos são feijões, não há como plantar feijão e colher morango, esta é a lei natural.
A Lei do Retorno nas religiões
Desde sempre esta lei tem sido abordada: budismo, hinduísmo, cristianismo e outras religiões e filosofias da humanidade também compreendem e acreditam na Lei do Retorno, as vezes chamado de “carma” , “lei da causa e efeito” ou ainda como chama o escritor Paulo Coelho “O eco de nossas ações”.
Mas todos concordam que, tudo o que fazemos tem consequências. Seria como um bumerangue jogado para o universo, acredite, ele sempre vai voltar, e volta potencializado, volta maior.
A Lei do Retorno e a Ciência
A terceira Lei de Newton diz: “A toda ação sempre há uma reação de mesma intensidade e direção, porém sentidos opostos.” Na física quântica é explicado que cada elétron tem um “spin” giratório para a direita e outro para a esquerda, ou seja, tudo o que vai, volta!
Existe ainda uma outra lei física que diz que tudo o que você foca (ou dá atenção) vai se expandir, ou seja “tudo o que você faz, volta multiplicado para você”
A Neurociência, tem o estudo sobre o neurônio-espelho, que resumindo, diz que a criança imita e potencializa o que vê e o mundo nos reflete como um espelho. Isso não se parece com “o eco de nossas ações”?
A fisiologia explica que os neurotransmissores também provocam uma reação quando por exemplo emanamos algo bom, recebemos este sentimento de volta em forma de serotonina, e se emanamos algo ruim, perdemos serotonina, que é o hormónio responsavel pela sensação de felicidade. Fisiologicamente “recebemos aquilo que emanamos”.
A Psicologia também fala do espelhamento e sobre o pensamento associativo onde um pensamento evoca outro que pode trazer a tona questões do passado por estarem associadas a algo no presente.
Sendo assim psicologicamente também podemos dizer que “toda ação provoca uma reação”.
A Lei do Retorno nas Relações Humanas
Chegamos ao ponto principal: “o que isso tudo tem a ver comigo?” A resposta é: tudo.
A verdade é que estamos todos conectados em um universo imenso e interdependente, se em cada pequeno fenômeno natural podemos identificar uma reação, quanto mais nas relações humanas.
Como bem disse o poeta John Donne: “Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra firme. Se um torrão de terra for levado pelo mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar dos teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano…” Ou seja, tudo o que fazemos tem consequências.
Somos responsáveis por nós e pelo meio em que vivemos.
Há um filme onde o menino inicia uma “corrente de bondade”, ja vi também uma história circulando na internet a este respeito, tudo o que fazemos é de certa forma o legado que estamos deixando.
Nas relações com o outro, tudo o que fazemos de bom não será simplesmente esquecido, mesmo que em alguns momentos possam haver decepções, pessoas sejam ingratas ou até mesmo cruéis, fazer o bem será recompensado de alguma forma.
Nenhuma atitude de bondade é esquecida, é o nosso bumerangue sendo jogado para o universo, e cedo ou tarde ele retornará. O mesmo vale para quando fazemos ao outro algum mal, o bumerangue sempre volta!
Mas é importante lembrarmos que não podemos, nem devemos assumir as consequências quando alguém é irresponsável com suas próprias escolhas, por mais amor que tenhamos por amigos e familiares, cada um é responsável por aquilo que escolhe semear.
Cada um é livre para plantar as sementes que quiser, mas também deve saber que o que fizer, cedo ou tarde voltará para si e não tentar impor um fardo para as pessoas próximas como se fosse uma vítima de um “mundo injusto e cruel”.
Digo isso porque, cada vez mais, pessoas irresponsáveis tem tido suas consequências amenizadas por familiares e amigos amorosos e assim nunca crescem ou assumem seus próprios erros, elas acreditam que sempre são “injustiçadas”, por isso, tenha o cuidado de não tentar “protegê-los” demais, cada um “merece” as consequências daquilo que escolhe.
Filhos que não fazem seu trabalho escolar a tempo, por exemplo, precisam aprender a se organizar, não pode se exigir que a escola ou os pais assumam as consequências por eles terem esquecido do trabalho.
Para finalizar, vale refletir que assim como o que fazemos aos outros retorna para nós, toda substância que ingerimos e tudo o que pensamos também produz resultados no nosso corpo físico, é a lei do retorno aplicada à nossa relação com nosso próprio “eu”.
Somos responsáveis por “semear” pensamentos agradáveis, que produzam em nós uma reação de bem estar assim como “plantar” uma alimentação boa e com os devidos nutrientes para provocar um organismo saudável.