Somos extremamente críticos como sociedade: mais preocupados com o que acontece na vida dos outros do que com a nossa. Como resultado, as conversas à mesa do jantar oscilam entre política e fofoca.
“Ah! Ela não é casada ainda. Acho que ela não está se esforçando o suficiente.”
“Olhe para ela, deixando seu filho assim e indo trabalhar.”
“Ela está separada do marido e agora deixa o filho e vai trabalhar.”
As hipóteses são de que, se você for mulher, em algum momento, você tenha sido o assunto desses comentários. Da próxima vez que ouvir essas declarações, faça um favor a si mesma e afaste-se. Até que, um dia, se quiser mudar um pouco as coisas, dê um passo adiante – tente confrontá-las.
Desafios que uma mulher tem de enfrentar para criar um filho, sozinha
Criar um filho é uma experiência desafiadora. É ainda mais desafiador para uma mãe solteira. Vemos um número crescente de problemas que as mães solteiras enfrentam na sociedade: dificuldades financeiras, falta de apoio, conflitos emocionais, problemas para se realizar profissionalmente e muitos mais.
As lutas de ser uma mãe solteira podem ser muito árduas.
O número de filhos que vivem apenas com a mãe está crescendo rapidamente em todo o mundo e ser mãe solteira pode ser bastante estressante, tanto para elas quanto para os filhos.
Além disso, as mães de hoje enfrentam desafios únicos que outras gerações não conheceram: a ascensão da mídia digital e o bullying na primeira infância.
Uma mãe solteira frequentemente precisa cuidar das crianças e de tudo o mais, sozinha. Para poder sustentar os filhos, ela muitas vezes não tem escolha a não ser fazer horas extras de trabalho.
Portanto, equilibrar as responsabilidades profissionais e a criação dos filhos é um grande problema enfrentado por ela.
A maioria das mães solteiras está totalmente farta de ser apontada como culpada, especialmente as mães solteiras que trabalham. Elas sentem que não conseguem fazer o suficiente pelos filhos.
Sem mencionar os comentários dos chefes, da família, e, sim, claro, dos vizinhos. Como mães solteiras, elas têm que lidar com todas essas coisas sozinhas e nem sempre é fácil.
Ser mãe solteira significa ainda que não há ninguém para compartilhar as experiências boas e ruins. Não há ninguém que esteja naturalmente disponível para assumir sua função quando ela não consegue encontrar uma babá.
Ela continua fazendo malabarismos entre a vida profissional e a pessoal. Como resultado, a sensação de solidão e depressão começa a se instalar.
A falta de apoio financeiro é também uma realidade para muitas mães solteiras. Embora seja verdade que dinheiro não compra felicidade, a falta de dinheiro pode causar estresse, ansiedade e motivar escolhas dramáticas.
As mães solteiras têm maior probabilidade de se sentir culpadas por não fornecer o suficiente para os filhos. A situação se agrava quando eles ficam esperando por uma pensão alimentícia que nunca chega ou têm de pagar advogados para conseguir na justiça o que deveria ser pago.
A parte mais difícil de ser mãe solteira é administrar o tempo e poder se concentrar no autocuidado. A maioria das mães solteiras que trabalham se sente exausta tentando manter um emprego e garantir que seus filhos participem de atividades extracurriculares.
O próprio ato de cuidar de um bebê, somado às responsabilidades de carreira, pode ser desgastante fisicamente e psicologicamente.
A responsabilidade que muitos homens não assumem
Segundo a ciência, as crianças criadas por mães solteiras têm maior probabilidade de se sair mal em várias dimensões, incluindo seu desempenho escolar, seu desenvolvimento social e emocional, sua saúde e seu sucesso no mercado de trabalho.
Elas correm maior risco de abuso e negligência dos pais (especialmente de namorados da mãe, que não são seus pais biológicos), são mais propensas a se tornarem pais e mães na adolescência e menos inclinadas a se formar no Ensino Médio ou na faculdade, segundo os pesquisadores McLanahan e Sandefur no livro Growing with a Single Parent.
Nem todas as crianças criadas em famílias monoparentais sofrem esses resultados adversos, mas os riscos são maiores para elas.
Uma justificativa possível é que as crianças em famílias com dois responsáveis tenham um desempenho melhor devido ao aumento dos recursos disponíveis para elas.
As mães solteiras têm apenas uma renda entrando em casa; além disso, elas muitas vezes têm de gastar uma proporção maior de sua renda com creches porque não têm um pai para ficar em casa com as crianças enquanto trabalham. Além de ter mais renda, casais também têm mais tempo para ficar com o filho.
Outra possibilidade é que filhos nascidos de mães solteiras enfrentem mais instabilidade na estrutura familiar e que essa instabilidade resulte em piores resultados emocionais para a criança a longo prazo.
Essas mulheres corajosas encontraram a convicção e a força para sair de um casamento ruim, enfrentando críticas, julgamento e discriminação. As coisas estão longe de ser fáceis para mães solteiras e é esperado que a sociedade possa tornar as coisas um pouco mais fáceis para elas.
As famílias lideradas por mães solteiras muitas vezes enfrentam desvantagens estruturais por terem renda mais baixa e menos tempo com os filhos.
A vulnerabilidade materna pode influenciar não apenas a saúde mental e o bem-estar da própria mãe, mas também o desenvolvimento e o bem-estar de seu filho.
Se você é mãe solteira, o fato de você frequentemente se sentir física, emocional e espiritualmente esgotada não é apenas fruto da sua imaginação. Mas, como seus filhos dependem de você, você não pode se dar ao luxo de se esgotar por completo.
Cuide de si mesma e da sua saúde para estar ao lado deles. Encontre maneiras de fazer uma pausa, mesmo que você precise trocar de creche ou de babá.
Passe esse tempo recarregando de alguma forma que continue a render benefícios quando seu filho estiver de volta em casa: invista em exercícios, autocuidado ou mesmo um bom e restaurador sono.
Não é egoísmo esforçar-se por manter funcionando o motor que move sua casa: você.
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